«A crítica do sujeito tampouco equivale à destruição do poeta ou do artista, mas da noção
burguesa de autor. Para os românticos, a voz do poeta era a de todos; para nós é
rigorosamente a voz de ninguém. Todos e ninguém são equivalentes e estão a igual
distância do autor e de seu eu. O poeta não é “um pequeno deus”, como queria Huidobro.
O poeta desaparece atrás de sua voz, uma voz que é sua porque é a voz da linguagem, a
voz de ninguém e de todos. Seja qual for o nome que demos a essa voz – inspiração,
inconsciente, casualidade, acidente, revelação –, é sempre a voz da outridade. »
Octavio Paz, 2013
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