quarta-feira, 6 de junho de 2018

«Parece-lhe que o que o neo-liberalismo conseguiu criar foi um racismo contra os desfavorecidos? Contra o pobre? Se os Nazis conseguiram fazer a excepção do judeu, que não era bem humano, mas sub-humano, hoje essa mesma condição parece estar a abrir-se para o pobre. Fala-se cada vez menos dessa condição que afecta cada vez mais pessoas. E o pobre, que já vive no gueto, surge tantas vezes como um falhado, alguém que não conseguiu provar o seu valor social. Ou porque é preguiçoso, ou porque não tem ambição… Está cheio de uma série de vícios, de culpa, e isto quando tudo nos mostra que ser pobre é muito mais difícil, obriga uma pessoa a ser muito mais engenhosa do que quem acede, de nascença, ao privilégio. Todos os estudos nos mostram que a mobilidade social é cada vez mais um mito das sociedades ocidentais, e que hoje é dificílimo superar uma situação de pobreza extrema.


Entrevista a Vasco Santos

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