quinta-feira, 15 de junho de 2017


«Sem exalar um grito, torcia-se de dor. As lágrimas rolavam caudalosas pelo seu semblante, mas antes que atingissem o chão coalhavam nas patilhas, secavam-lhe no peito. Eram lágrimas ardentes, lágrimas de cera, e o arrependimento, vivo como uma chama, acendia-se sobre a sua cabeça. Já todo ele se derretia como um grosso círio.»


Luis Buñuel. Poemas. Tradução dos poemas e prefácio de Mário Cesariny. Arcádia. 2ª edição., 1977., Lisboa., p. 86

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