O Meças, psicopata, prisioneiro dos traumas da infância e de uma violência milenar para a qual não há palavras, cobarde com os fortes, prepotente com os fracos, é menos uma personagem do que um retrato de todos nós. Nós os portugueses, “tão original mistura de trafulhice e ingenuidade”, uma raça de gente que obceca o escritor José Rentes de Carvalho. Porque, apesar de ter saído de cá há mais de seis décadas, nunca deixou de se sentir profundamente português. Quase a fazer 86 anos, sobreviveu a um cancro que lhe dava apenas 10% de hipótese de continuar vivo, descobriu Deus, encontrou a paz de espírito que é aquilo a que chama felicidade e afirma: “Não me sinto velho. Sinto-me sem idade.” Além do novo romance, daqui a duas semanas vamos poder lê-lo semanalmente num jornal diário português.
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