«LINDSAY
Por amor de Deus, senhor Brown. Não me mate. Eu faço tudo o que quiser…
BROWN
Tudo, tudo, mesmo tudo?
LINDSAY
(uma ténue esperança na voz) Sim
BROWN
Tens a certeza?
LINDSAY
Sim, senhor Brown
BROWN
Bem, já vi que me vais tratar por senhor até à morte. Não há nada a fazer.»
(...)
BROWN
Vês, Lindsay, das coisas que beijei, mas não vivi. Não te vivi. Hoje de mim só resta o desencanto. Ainda têm sal, as tuas lágrimas?
(Aproxima-se e torna a lamber as lágrimas de Lindsay)
BROWN
Curioso, já não tens o sal da vida nas tuas lágrimas. Se calhar é porque te sentes mais morta que viva…
LINDSAY
(a chorar cada vez mais) Não…não…não…»
Luís Afonso Nunes da Graça. “Meia Dúzia de Maldades” - Peça de Teatro
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