terça-feira, 19 de maio de 2015


«DAVID   Lá iremos fazer-te uma visitinha ao manicómio como é costume.

MARTIN (suspira) Que mal fiz eu a Deus?...

DAVID  Já te vou dizer...Queres mesmo saber? Sabes como as criadas que servem à mesa te chamam? O vale das lamentações, O cais das brumas, E tudo o vento levou, Até à eternidade, Sede.

MARTIN  Ah, sim?

DAVID Não é verdade, mãe?

MARTIN Não queres ir comprar-me um maço de cigarros?

DAVID   O que é que me dás?

MARTIN  Dou-te uma valente bofetada se não mudas de tom para falar comigo.»


Lars Norén. A noite é Mãe do Dia. Teatro. Tradução de Luiza Neto Jorge e Solveig Nordlund. Cotovia, Lisboa., p. 47