«DAVID Lá iremos fazer-te uma visitinha ao manicómio como é costume.
MARTIN (suspira) Que mal fiz eu a Deus?...
DAVID Já te vou dizer...Queres mesmo saber? Sabes como as criadas que servem à mesa te chamam? O vale das lamentações, O cais das brumas, E tudo o vento levou, Até à eternidade, Sede.
MARTIN Ah, sim?
DAVID Não é verdade, mãe?
MARTIN Não queres ir comprar-me um maço de cigarros?
DAVID O que é que me dás?
MARTIN Dou-te uma valente bofetada se não mudas de tom para falar comigo.»
Lars Norén. A noite é Mãe do Dia. Teatro. Tradução de Luiza Neto Jorge e Solveig Nordlund. Cotovia, Lisboa., p. 47