terça-feira, 19 de maio de 2015


(...)

«A grande solidão é feita de cinzas
de cigarros fumados,
De mortos vivos.
De vivos mortos.
Onde encontrarei quem me refaça
a casa.
Lhe dê a marca
intacta
da minha solidão?
Somente paredes nuas.
Amigos mortos e vivos 
na solidão.»


Ruy Cinatti. Obra Poética. Organização e prefácio de Fernando Pinto do Amaral. Imprensa  Nacional - Casa da Moeda, Lisboa, 1992., p. 215