terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Há a morte.



«Há a morte. Mas ela não se demora nunca nestes lugares. Rapta ora uma criança, ora um velho. Os outros, deixa-os em paz, sem mesmo lhes fazer um sinal, sem lhes murmurar uma pequena música rangida. Levanta-se o corpo, lava-se e embrulha-se num lençol branco, depois coloca-se na própria terra rezando. Tudo se passa muito depressa. Apaga-se aquela passagem funesta e continua-se como se a  vida estivesse cheia de surpresas.»



Tahar Ben JellounDe olhos baixos. Tradução de Maria Carlota Álvares da Guerra. Bertrand Editora., p. 231