domingo, 30 de novembro de 2014

ELEGÂNCIA
Tudo o que está descuidado.
Abandonado à quietude
nesse puro silêncio que se funde
com a quietude da natureza.
Uma porta desconjuntada,
penumbra e sombras numa sala vazia.
Fendas de luz. Em carne viva ali onde
a ferrugem trespassou o telhado de zinco.
O restolhar das ervas ao sabor dos seus
vários tipos de ar pela manhã,
ano após ano.
Uma nogueira, e a casa
feita de tijolos de adobe. Uma beleza
precisa e inesperada, a trepidar
e a cantar. Se não para o sol,
então para nada e para ninguém.


Linda Gregg
(tradução de Vasco Gato)