quarta-feira, 12 de março de 2014

OLHAR

Límpidas serenidades de águas claras
com algas verdes, flutuantes, lentas,
em ondulações tenuíssimas e raras...
Desmaios da manhã, em claridade,
roçando, leve, a prata silenciosa
de um lago
vago....
Dormência funda; serena eternidade
como um sonho de esfinge misteriosa...
Ondas revoltas do mar
com cadáveres de naufrágios a boiar
de bruços, olhos mergulhados
e perdidos
na busca dos abismos desejados
e nunca conseguidos...


Adolfo Casais Monteiro in Adolfo Casais Monteiro. A Poesia da ''Presença''. Círculo de Poesia. Moraes Editores, Lisboa, 1972., p. 292