sábado, 18 de janeiro de 2014

«Porque não me falas? Porque nunca me falas? Talvez uma palavra tua me abrisse o coração! Esta noite, até me parece não ser tarde demais para recomeçarmos a nossa vida. Se eu não esperasse pela minha morte para te entregar estas páginas? Se te suplicasse, em nome do teu Deus, que as lesses até ao fim? Se te pudesse observar depois de terminares a leitura? Se te visse entrar no meu quarto, banhada em lágrimas? Se abrisses os braços para me pedir perdão? Se caíssemos de joelhos, um e outro?»
 
 
 
 
François Mauriac. O Nó de Víboras. Tradução de Maria Conceição Ramírez Cordeiro. Livros de bolso europa-américa., p. 79