sábado, 28 de dezembro de 2013

HEDDA GABLER

«Hedda Gabler, é um extraordinário retrato de mulher, que domina a intriga do primeiro ao último acto. A sua figura tem algo de fluido, de inapreensível. Lúcida, fascinante, dominadora, há nela quase todos os talentos para viver contente consigo própria. Todavia não vive; o tédio é a sua condição. Incapaz de romper, por um acto definitivo, com as grades em que se sente envolvida, incomunicável com o meio que a cerca, ela vai dissolver-se aos poucos na destruição, vai minar esse pequeno mundo dos outros do qual se sente à margem. Até ao último acto da tragédia. Hedda será sempre presa da sua profunda contradição: detesta o mundo das convenções mas falta-lhe a coragem para arrostar com o rompimento. Isso constituirá a sua derrota no amor e na vida.»