domingo, 3 de novembro de 2013

«Clara adormece umas ruas mais à frente com a mesma imagem perfurada. O toque do telefone trespassa-lhe o sono. Os cravos inchados de vermelho erguem-se no escuro, a água brilha dentro da jarra. Estou em Viena, diz Pavel, em breve irá alguém a tua casa e dar-te-á o meu endereço e um passaporte, tens de vir imediatamente, senão já cá não estarei.»



Herta Müller. Já então a raposa era o caçador. Tradução do alemão por Aires Graça. Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1ª ed. 2012., p. 232/3