sábado, 27 de julho de 2013

ETRA (reflectindo) - Talvez haja momentos em que as coisas se soltam da mentira,  como os frutos se desprendem do ramos que os sustinha.  E vão rolando até ao sol, no meio da estrada, sob os olhares de todos. E não há nisso acção  de deuses nem de humanos, mas tão-só a passagem da própria natureza. E uma vez caído o fruto, nunca mais ninguém conseguirá uni-lo à árvore. (Para Helena) A partir do instante em que eu to diga, tudo será diferente. Queres saber?



Hélia Correia. O Rancor. Exercício sobre Helena. Relógio D'Água Editores, Lisboa, 2000., p. 80/1