domingo, 9 de setembro de 2012

Um grande azul sem fim e sem distância.
Um doce vento simples sem motivo.
Uma terra fecunda de mistério.
O Universo flutuante, e sem limites.

Só há em mim perguntas sem resposta,
Instinto para amar, para durar.
A grande porta abrir-se-á um dia,
E tudo será noite, ou vida, ou luz.

Quero apenas durar e perguntar,
Nada mais tem resposta, nada mais.
Eis a curta canção da minha vida
Eis a curta canção de todos nós.


António Quadros. Além da Noite. Poemas. Parceria António Maria Pereira, Lisboa, 1949., p. 31