Se o mundo tem a estrutura da linguagem
e a linguagem tem a forma da mente
a mente com os seus cheios e os seus vazios
é nada ou quase nada e não nos tranquiliza.
Assim falou Papirio. Estava já escuro
e chovia. Vamos para um sítio seguro
disse e apressou o passo sem se aperceber
que falava a linguagem do delírio.
Eugenio Montale. Poesia. Selecção,
tradução, prefácio e notas de José Manuel de Vasconcelos. Assírio&Alvim,
Lisboa, 2004., p. 281
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