«Coisa estranha; Ciàula não tinha medo da treva lodosa das galerias profundas, onde a cada volta estava a morte emboscada; nem tinha medo das sombras monstruosas que as lanternas provocavam em solavancos ao longe das galerias, nem do súbito chispar de m reflexo avermelhado aqui e além numa poça, dentro de um lençol de água sulfúrea: sabia sempre onde estava; tocava com a mão à procura de apoio as entranhas da montanha: e dentro dela estava cego e seguro como dentro do ventre materno.
Tinha medo, porém, do escuro vazio da noite.»
Luigi Pirandello.
Contos Escolhidos. Prefácio do Prof.
Ricardo Averini. Selecção e tradução de Carmen Gonzalez. Editorial Verbo,
Lisboa, 1972.,p. 207
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