terça-feira, 20 de setembro de 2011

« E sinto náusea, horror, ódio por este homem que não sou eu, que nunca fui eu; por esta forma morta, de que sou prisioneiro e de que não posso libertar-me. Forma carregada de deveres que não sinto meus, oprimida por cuidados que não me importam nada, alvo de uma consideração com que nada tenho a ver; forma que é estes deveres, estes cuidados, esta consideração, fora de mim, acima de mim; coisas vazias, coisas mortas que pesam em cima de mim, me sufocam, me esmagam, e não me deixam respirar.»



Luigi Pirandello. Contos Escolhidos. Prefácio do Prof. Ricardo Averini. Selecção e tradução de Carmen Gonzalez. Editorial Verbo, Lisboa, 1972.,p. 56

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