quarta-feira, 17 de agosto de 2011

XXIV


    Não sepultes dentro de ti, minha amiga, o teu segredo. Diz-mo só a mim baixinho.
    Murmura-me o teu segredo, tu que tens tão meigo sorriso. Ouvi-lo-á só o meu coração e não os meus ouvidos.
    A noite é profunda, a casa silenciosa, os ninhos das aves estão engolfados no sono.
    Diz-me o segredo do teu coração, por entre as tuas vacilantes lágrimas e os teus perturbados sorrisos.




Rabindranhath Tagore. O Jardineiro d' Amor. Tradução de António Figueirinhas. Livraria Nacional e Estrangeira de Eduardo Tavares Martins. Porto, 1922., p. 46

Sem comentários:

Enviar um comentário