sexta-feira, 1 de abril de 2011

«Cada palavra, cada gesto eram previsíveis...

«Cada palavra, cada gesto eram previsíveis, assim como tudo naquela guerra, que durava há tantos anos; cada encontro, cada duelo, conduzidos sempre segundo aquele cerimonial, sabendo-se hoje quem é o vencedor de amanhã, quem é o vencido, quem será o herói, quem será o cobarde, quem se fará estripar e quem conseguirá salvar-se depois de ter sido lançado por terra, para fora do arção. Nas couraças, à noite, à luz das tochas, os martelos batiam sempre as mesmas amolgaduras.



Italo Calvino. O Cavaleiro Inexistente. Tradução de Fernanda Ribeiro. Editorial Teorema, Lisboa, 1998. p. 8

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