segunda-feira, 25 de abril de 2011

9

As grandes portas do celeiro estão todas abertas,
A erva seca da ceifa amontoa-se na carroça lentamente puxada,
A luz límpida brinca com os matizes do cinzento e do verde,
As braçadas empilham-se na meda de feno que se inclina.

Estou lá, ajudo, vim deitado em cima da carga,
Senti os seus solavancos suaves, uma perna sobre a outra,
Salto das traves e apodero-me do trevo e da erva dos prados,
E dou cambalhotas e o meu cabelo fica todo emaranhado com
             pedaços de palha.




Walt Whitman. Folhas de Erva. Tradução de Maria de Lourdes Guimarães. Círculo de Leitores., p. 36

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