Do que fizeste a dor não te possua:
rosas têm picos, fontes de prata lama,
nuvens e eclipses turvam sol e lua,
no mais doce botão vil verme acama.
Os homens todos erram e eu segui-os
abandonando-te a falta com perdão;
corrompo-me remindo os teus desvios,
mais erro é desculpá-los do que o são.
Se à falta dos sentidos dou sentido,
a parte a ti adversa é o defensor
e contra mim o pleito é dirigido,
eis em guerra civil meu ódio e amor
e tal que a ser um cúmplice me impele
de quem me é ladrão doce e cruel.
Os Sonetos de Shakespeare. Versão Integral, 2ª edição. Trad. Vasco Graça Moura. Bertrand Editora, Chiado, 2002, p.81
Conheces Garcilaso de la Vega ?
ResponderEliminarNão. Mas se der a conhecer, o que me quis dizer, ao nomeá-lo, agradeço-lhe.
ResponderEliminarEu conheci o Garcilaso de La Vega por ter lido «Do amor e dos demónios» ( Gabriel Garcia Marquez )nenhuma outra obra lhe faz melhor apresentação . Foi tanta a empatia ( e a curiosidade ) que cheguei a ir a Toledo propositadamente para lhe prestar homenagem . Lembrei me eu de perguntar a propósito do que transcreveste de Skakeaspeare , não me iludo que vás gostar ...
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