terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

«E agora a profundeza do céu consterna-me; a sua limpidez exaspera-me. A insensibilidade do mar, a imutabilidade do espectáculo, revoltam-me...Ah! será preciso sofrer eternamente, ou fugir eternamente do belo?
   Natureza, feiticeira sem piedade, rival sempre vitoriosa, deixa-me! Cessa de provocar os meus desejos e o meu orgulho! O estudo da beleza é um duelo em que o artista grita de pavor antes de ser vencido.»


Charles Baudelaire. O Spleen de Paris. Pequenos poemas em prosa. Tradução de António Pinheiro Guimarães. Relógio D'Água, Lisboa, 1991.,p.14

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