De todo o perdeu. E agora adiante
dos lábios de um seu qualquer novo amante
seus lábios demanda; na união de um qualquer
seu novo amante o engano demanda
de ser aquele rapaz, a quem ele se entrega.
De todo o perdeu, como se nem existisse.
Porque pretendia - ele lho disse - pretendia salvar-se
do estigmatizado, do mórbido prazer;
Ainda era tempo de - ele lho disse - salvar-se.
De todo o perdeu, como se nem existisse.
Por imaginação, por alucinações
nos lábios doutros rapazes os lábios dele demanda;
sentir procurando seu amor de novo.
Konstandinos Kavafis. Poemas e prosas. Tradução de Joaquim Manuel Magalhães e Nikos Pratsinis. Relógio D'Água. Lisboa, 1994., p. 111
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