quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O mais solitário

Agora que o dia
Se cansou do dia, e os arroios de toda a saudade
Murmuram novo conforto,
E todos os céus, pendentes de teias de aranha de ouro,
Dizem a todo o cansado: « Repousa!» -
Por que é que não descansas, coração escuro?
Que espinho te agrilhoa a fugir de pés em chaga?...
Por quem esperas?



F. Nietzche. Poemas. Antologia, Versão Portuguesa, Prefácio e Notas de Paulo Quintela. 2ª Edição Revista. Centelha, Coimbra, 1981,p. 205

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