domingo, 7 de novembro de 2010

(...)

Tu dás-te em sacrifício, tua riqueza tortura-te -,
tu dás-te,
não te poupas, não te amas:
a grande tortura obriga-te sempre,
a tortura dos celeiros repletos, do coração repleto -
mas ninguém já te agradece...

Tens de te fazer mais pobre,
ó sábio Não-sábio!
se quiseres ser amado.
Só se ama a quem sofre,
só se dá amor a quem tem fome:
dá-te primeiro a ti, ó Zaratustra!

- Eu sou a tua Verdade...




F. Nietzche. Poemas. Antologia, Versão Portuguesa, Prefácio e Notas de Paulo Quintela. 2ª Edição Revista. Centelha, Coimbra, 1981,p. 63

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