segunda-feira, 18 de outubro de 2010

« (...) no conto “Vinte e cinco de agosto, 1983”, Borges encontra Borges num quarto de hotel. Esse outro (ele mesmo) é bem mais velho. Assustado, o narrador (o jovem Borges) pergunta: “Então, tudo isto é um sonho?” A resposta, nada esclarecedora: “É, tenho certeza, meu último sonho”. Quem sonha com quem? Esta é a pergunta aristotélica feita pelo jovem Borges. Porém, a resposta é borgeana: “Você não se dá conta de que o fundamental é averiguar se há um único homem sonhando ou dois que sonham um com o outro” (Borges, 2000c: 427).»


Guimarães, R (2008). Jorge Luis Borges e Maurice Blanchot: Os pharmakós da escritura. ACTA LITERARIA Nº 37, II Sem., P.4

2 comentários:

  1. A imagem do doppelganger é bastante recorrente no Borges . Talvez seja um sintoma da sua genialidade ou um mero atributo dos raros .

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