terça-feira, 11 de maio de 2010

…Mergulho às vezes as mãos na minha esperança, mas retiro-as ao cabo de algum tempo, antes que se transformem em raízes. Destapo uma vez mais o ralo. Assim corre a amizade - penso, olhando o redemoinho - assim correm os afectos, que, depois de encherem a bacia onde a custo nos lavamos sem os fazermos transbordar, se escoam sem regresso em direcção ao caos.


Luís Miguel Nava. O Céu Sob as Entranhas. Porto, Limiar,1989, p.53.

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