quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Apreensões (1860)

Quando as nuvens flutuando sobre recuados montes
Tempestuosas ondulam no tardio Outono sombrio,
E o horror invade o ensopado vale,
E o pináculo cai estrondoso na cidade,
Medito nas dores do meu país -
A tempestade irrompendo da vastidão do Tempo
Na mais bela esperança do mundo ao mais ignóbil crime do homem
(unida.

O lado obscuro da Natureza agora atento -
(Ah, exclamação optimista de desencanto plena) -
Uma criança pode ler o taciturno cume
D´aquela solitária e negra montanha.
Com brados as correntes descem os desfiladeiros,
E tempestades formam-se sob a tempestade por nós sentida:
A cicuta agita-se na viga, o carvalho na quilha.

Herman Melville
in Poemas
Assírio & Alvim, 2009
Tradução de Mário Avelar

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