domingo, 24 de outubro de 2021

 ''A solidão da obra – a obra de arte, a obra literária – desvenda-nos uma solidão mais essencial. Exclui o isolamento complacente do individualismo, ignora a busca da diferença; não se dissipa o fato de sustentar uma relação virial numa tarefa que cobre toda a extensão dominada do dia. Aquele que escreve a obra é apartado, aquele que a escreveu é dispensado. Aquele que é dispensado por outro lado, ignora-o. Essa ignorância preserva-o, diverte-o, na medida em que o autoriza a perseverar. O escritor nunca sabe que a obra está realizada. ''

BLANCHOT

  Octavio Paz em O labirinto da solidão: “Nascer e morrer são experiências de solidão. Nós nascemos sozinhos e morremos sozinhos. Nada é tão grave quanto esse primeiro mergulho na solidão que é nascer, com exceção dessa segunda queda no desconhecido que é morrer.”

 Estou só, nas zonas das metáforas

(que é todo o pensamento),

em nenhum resíduo nada exprimo

(mas sempre metaforizo).

Não sinto a solidão total

dos poemas, talvez grutas,

o mar quieto, nem silêncio.

Apenas espero o outro,

um amor esplêndido,

alheio e desejável.


Fiama Hasse Pais Brandão

Bernardo Soares, no Livro do desassossego: “Há metaphoras que são mais reaes do que a gente que anda na rua. Há imagens nos recantos de livros que vivem mais nitidamente que muito homem e muita mulher. Há phrases literárias que teem uma individualidade absolutamente humana. ”

“Porque no poema não encontramos apenas a força que nos desvia, e que não tem nome, encontramos também o pensamento dela.” 

Silvina Rodrigues Lopes , 2012

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

«O lodo, entretanto, tornava-se cada vez mais alto. Foi necessário montar nas bestas a carga.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 142

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

«Veio a noite, uma noite sem luar.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 142

''Anunciador-das-Luas''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 142

«Já não falavam em Salammbô: um, porque não pensava nela, o outro porque o impedia disso um certo pudor.»

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 141

''hábeis em ver bem ao longe''

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 141

''fizeram fogueiras para servirem de sinais''

 Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 141

« - Se tens medo, vai-te! »

Gustave Flaubert. Salambô. Texto Integral. Tradução de F. da Silva Vieira. Editorial Minerva. Lisboa., p. 140

sábado, 9 de outubro de 2021


Nobuyoshi Araki - Tattooed fuck (from the series Tokyo Comedy)

 

 

plebeísmo

ple.be.ís.mo
pləbɐˈiʒmu
nome masculino
1.
qualidade ou condição de plebeu
2.
frases, palavras ou modos usados apenas pelo povo
3.
defeito de linguagem que consiste em empregar, como correntes, essas frases ou palavras

''Entendiam o universo da arte apenas como uma razão das suas narrativas e ambições pessoais, cujos juízos morais eram apenas uma questão de o fim justificar os meios. Definiram todo o conceito de crítica de arte, como obediente — privando-a assim da sua autonomia e individualidade. No fim de contas, a obediência tinha que ver com a melhor forma de se aproveitarem da crítica. Foram profetas no sentido de doutrinar e reduzir todo o pensamento crítico a uma única lei para procurarem realizar os seus objectivos, com uma força inexorável (louve-se).''



A QUE SOA O SISTEMA QUANDO LHE DAMOS OUVIDOS
VICTOR PINTO DA FONSECA