domingo, 25 de novembro de 2018
quinta-feira, 22 de novembro de 2018
«-Vê-se a fazer parte do establishment artístico?
-Não sei. Nunca venderia algo a Charles Saatchi. Se vendi 55 000 livros [publicou dois, Existencialism e Banging Your Head Against a Brick Wall] e não sei quantas serigrafias, não necessito que alguém me diga que sou um artista.»
Charles Saatchi é fundador de publicidade Saatchi e um famoso mecenas e colecionador de arte.
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. Banksy. Entrevista de Simon Hattenstone publicada no The Guardian, 17 de Julho de 2003 p. 103
-Não sei. Nunca venderia algo a Charles Saatchi. Se vendi 55 000 livros [publicou dois, Existencialism e Banging Your Head Against a Brick Wall] e não sei quantas serigrafias, não necessito que alguém me diga que sou um artista.»
Charles Saatchi é fundador de publicidade Saatchi e um famoso mecenas e colecionador de arte.
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. Banksy. Entrevista de Simon Hattenstone publicada no The Guardian, 17 de Julho de 2003 p. 103
« - Há algum trabalho que recuse por princípio?
-Sim, recusei quatro trabalhos para a Nike. Cada vez que vão lançar uma campanha, escrevem-me para pedir que faça alguma coisa. Não fiz nada para eles. Neste momento a lista dos trabalhos que recusei é muito mais extensa do que a dos trabalhos que fiz. É como um currículo ao contrário, é estranho. A Nike ofereceu-me montantes astronómicos.
- O que são montantes astronómicos?
-Muito dinheiro! - diz, como envergonhado.
-Porque motivo as recusou?
-Porque não preciso de dinheiro e porque não gosto que haja crianças a matarem-se a trabalhar em troca de nada. Gosto do que diz Jeremy Hard: « No outro dia, a minha filha de onze anos pediu-me um par de ténis e respondi-lhe: ''Tens onze anos, fá-los tu''». Se tenho essa possibilidade, quero evitar esse tipo de coisas.
Perguntei-lhe se para ser um bom grafiteiro era preciso ser rápido.
-Sim, faz parte dos requisitos da tarefa. Se és lento, apanham-te. O divertido é não te apanharem, e no fundo é isso que conta;»
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. Banksy. Entrevista de Simon Hattenstone publicada no The Guardian, 17 de Julho de 2003 p. 101/2
-Sim, recusei quatro trabalhos para a Nike. Cada vez que vão lançar uma campanha, escrevem-me para pedir que faça alguma coisa. Não fiz nada para eles. Neste momento a lista dos trabalhos que recusei é muito mais extensa do que a dos trabalhos que fiz. É como um currículo ao contrário, é estranho. A Nike ofereceu-me montantes astronómicos.
- O que são montantes astronómicos?
-Muito dinheiro! - diz, como envergonhado.
-Porque motivo as recusou?
-Porque não preciso de dinheiro e porque não gosto que haja crianças a matarem-se a trabalhar em troca de nada. Gosto do que diz Jeremy Hard: « No outro dia, a minha filha de onze anos pediu-me um par de ténis e respondi-lhe: ''Tens onze anos, fá-los tu''». Se tenho essa possibilidade, quero evitar esse tipo de coisas.
Perguntei-lhe se para ser um bom grafiteiro era preciso ser rápido.
-Sim, faz parte dos requisitos da tarefa. Se és lento, apanham-te. O divertido é não te apanharem, e no fundo é isso que conta;»
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. Banksy. Entrevista de Simon Hattenstone publicada no The Guardian, 17 de Julho de 2003 p. 101/2
domingo, 18 de novembro de 2018
'' demoniacamente tentadora''
Viriato da Cruz. Poemas. Colectânea de poemas (1947-1950) Colecção de Autores Ultramarinos, Lisboa, 1961., p. 30
''Vejo oceanos de dor''
Viriato da Cruz. Poemas. Colectânea de poemas (1947-1950) Colecção de Autores Ultramarinos, Lisboa, 1961., p. 29
''Minha dor, ninguém a saiba''
Viriato da Cruz. Poemas. Colectânea de poemas (1947-1950) Colecção de Autores Ultramarinos, Lisboa, 1961., p. 25
« - Não tenham medo da força!
Viriato da Cruz. Poemas. Colectânea de poemas (1947-1950) Colecção de Autores Ultramarinos, Lisboa, 1961., p. 20
domingo, 11 de novembro de 2018
«Pelas estradas, por noites de Inverno, sem tecto, sem roupa, sem pão, uma voz estreitava o meu coração gelado: «Fraqueza ou força: tu aí estás, és a força. Não sabes nem aonde vais nem porque vais, entra em todo lado, responde a tudo. Não te hão-de matar mais do que se fosses um cadáver.» De manhã tinha o olhar tão perdido e o porte tão morto, que aqueles que encontrei talvez não me tenham visto.»
«As rosas dos caniços há muito devoradas!»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 323
«Vou-me à polpa da fruta podre.»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 309
«Sei quem és: admiro-te em silêncio.»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 307
(...)
«Chorava abundantemente com aquilo tudo. Por fim, desci a um lugar cheio de pó, e, sentado em cima de vigas, gastei todas as lágrimas do meu corpo naquela noite. - E no entanto o meu esgotamento voltava sempre.»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 275
OS DESERTOS DO AMOR
PRÓLOGO
Estes escritos são de um jovem, de um homem muito jovem, cuja
vida decorreu não importa onde; sem mãe, sem pátria, indiferente a
tudo o que já se sabe, fugindo de todo o dever moral, em nada dife-
rente de tantos outros jovens lastimáveis. Mas, nele, era tal o tédio e a
inquietação, que se limitou a encaminhar-se para a morte como para
um pudor terrível e fatal. Não tendo amado as mulheres - embora
cheio de sangue! - a sua alma e o seu coração, toda a sua força, foram
educados por erros estranhos e tristes. Dos sonhos subsequentes - os
seus amores! -, que lhe surgiram pelas camas e pelas ruas, da sua con-
tinuação e do seu fim, doces considerações religiosas talvez emanem.
Não esquecer o sono contínuo dos lendários Maometanos - bravos,
contudo e, circuncisos! Mas, dado que este sofrimento bizarro tem uma
autoriedade inquietante, deve desejar-se sinceramente que esta Alma,
perdida no meio de todos nós, e que, segundo parece, quer morrer, en-
contre nesse instante verdadeiras consolações e seja digna!
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 273
«Temos de retirar algo da tragédia, do sofrimento. É o que torna um palhaço grande. Pode ver-se a sua dor por trás do disfarce. Por fora é outra pessoa. Charlie Chaplin fazia-o maravilhosamente, melhor do que ninguém. Eu também sou capaz de o fazer. Passei por muita coisa.»
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. Michael Jackson. Entrevista de Edna Gundersen publicada no USA Today, 14 de dezembro de 2001., p. 72
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. Michael Jackson. Entrevista de Edna Gundersen publicada no USA Today, 14 de dezembro de 2001., p. 72
sábado, 10 de novembro de 2018
Moonwalk
«Numa actuação ao vivo na televisão, com o tema «Billy Jean», apresentou pela primeira vez o passo de dança denominado Moonwalk, de uma graça e elegância supremas e que parecia que desafiava as leis da física, numa imagem por si só imortal.»
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. Michael Jackson. Entrevista de Edna Gundersen publicada no USA Today, 14 de dezembro de 2001., p. 61
sexta-feira, 9 de novembro de 2018
quarta-feira, 7 de novembro de 2018
«O que eu não posso aceitar, e isso é visceral, é que o capitalismo seja solução dos problemas do homem. Criará grupos, estratos, camadas prósperas, e criará desfavorecidos, misérias, carências, porque vive à custa dessas misérias e carências.»
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. José Saramago. Entrevista de Clara Ferreira Alves, publicada no Expresso, 2 de Novembro de 1991, Editorial Expresso., p 22/23
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. José Saramago. Entrevista de Clara Ferreira Alves, publicada no Expresso, 2 de Novembro de 1991, Editorial Expresso., p 22/23
J.S «Os instrumentos para uma transformação, como é o caso do marxismo, representam um não, o não é o que põe em causa, rejeita, questiona.»
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. José Saramago. Entrevista de Clara Ferreira Alves, publicada no Expresso, 2 de Novembro de 1991, Editorial Expresso., p.19
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. José Saramago. Entrevista de Clara Ferreira Alves, publicada no Expresso, 2 de Novembro de 1991, Editorial Expresso., p.19
Clara Ferreira Alves «O escritor toma para si liberdades que são a substância da criação, e comporta-se, na invenção do seu mundo, como Deus. Este é o evangelho segundo Saramago...»
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. José Saramago. Entrevista de Clara Ferreira Alves, publicada no Expresso, 2 de Novembro de 1991, Editorial Expresso., p.
Grandes Entrevistas da História 1991-2006. José Saramago. Entrevista de Clara Ferreira Alves, publicada no Expresso, 2 de Novembro de 1991, Editorial Expresso., p.
terça-feira, 6 de novembro de 2018
A louva-a-deus-orquídea (Hymenopus coronatus)
é uma espécie de louva-a-deus que habita as florestas tropicais do sudeste asiático
«(...)
A minha mãe que subia para a cama com um ruído
-Filho do trabalho, porém - minha mãe , com suas coxas
De mulher madura, seus rins bem grossos onde a roupa
Se enruga, deu-me aqueles calores que se calam!...
Uma vergonha mais crua e mais calma era
Quando a minha irmãzinha, ao chegar da escola,
As socas desgastadas de tanto andar sobre o gelo,
Mijava e via escorrer pelo lábio de baixo,
Rosa e apertado, um fio de urina enfezado!...»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 253
A minha mãe que subia para a cama com um ruído
-Filho do trabalho, porém - minha mãe , com suas coxas
De mulher madura, seus rins bem grossos onde a roupa
Se enruga, deu-me aqueles calores que se calam!...
Uma vergonha mais crua e mais calma era
Quando a minha irmãzinha, ao chegar da escola,
As socas desgastadas de tanto andar sobre o gelo,
Mijava e via escorrer pelo lábio de baixo,
Rosa e apertado, um fio de urina enfezado!...»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 253
''méis vegetais e rosados''
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 217
« - E o seu membro excita-se nas barbas das espigas.»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 215
segunda-feira, 5 de novembro de 2018
«Não quero nada com o teu cérebro tórpido.»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018., P. 185
domingo, 4 de novembro de 2018
O QUE EU MAIS GOSTO DO TEU CORPO
a parte do teu corpo
que procura pelo sol
como os gatos pela casa
que procura pelo sol
como os gatos pela casa
a parte que permanece imóvel
quando cantas, aquela que se move
quando estás parado
quando cantas, aquela que se move
quando estás parado
a parte que apenas a mim
e de relance, por descuido
revelaste
e de relance, por descuido
revelaste
a parte onde guardas as memórias
de infância, a parte que ainda anseia
pelo futuro
de infância, a parte que ainda anseia
pelo futuro
a parte que demora
a acordar
depois que acordaste
a acordar
depois que acordaste
a parte que discorda
ainda de mim
quando já cedeste
ainda de mim
quando já cedeste
aquela que adere
mais fortemente
ao teu nome
mais fortemente
ao teu nome
a parte que guarda
silêncio enquanto
falas
silêncio enquanto
falas
a parte que
quando estás cansado
ainda não se cansou
quando estás cansado
ainda não se cansou
a parte ainda noturna
quando é dia, diurna
quando é noite
quando é noite
a parte que
tem parte
com o mar
tem parte
com o mar
Ana Martins Marques, TELHADOS DE VIDRO 22, ed. Averno
Tragam-me um homem que me levante com
os olhos
que em mim deposite o fim da tragédia
com a graça de um balão acabado de encher
tragam-me um homem que venha em baldes,
solto e líquido para se misturar em mim
com a fé nupcial de rapaz prometido a despir-se
leve, leve, um principiante de pássaro
tragam-me um homem que me ame em círculos
que me ame em medos, que me ame em risos
que me ame em autocarros de roda no precipício
e me devolva as olheiras em gratidão de
estarmos vivos
um homem homem, um homem criança
um homem mulher
um homem florido de noites nos cabelos
um homem aquático em lume e inteiro
um homem casa, um homem inverno
um homem com boca de crepúsculo inclinado
de coração prefácio à espera de ser escrito
tragam-me um homem que me queira em mim
que eu erga em hemisférios e espalhe e cante
um homem mundo onde me possa perder
e que dedo a dedo me tire as farpas dos olhos
atirando-me à ilusão de sermos duas
novíssimas nuvens em pé.
Cláudia R. Sampaio in Ver no Escuro, ed. Tinta da China, 2016, p. 39.
os olhos
que em mim deposite o fim da tragédia
com a graça de um balão acabado de encher
tragam-me um homem que venha em baldes,
solto e líquido para se misturar em mim
com a fé nupcial de rapaz prometido a despir-se
leve, leve, um principiante de pássaro
tragam-me um homem que me ame em círculos
que me ame em medos, que me ame em risos
que me ame em autocarros de roda no precipício
e me devolva as olheiras em gratidão de
estarmos vivos
um homem homem, um homem criança
um homem mulher
um homem florido de noites nos cabelos
um homem aquático em lume e inteiro
um homem casa, um homem inverno
um homem com boca de crepúsculo inclinado
de coração prefácio à espera de ser escrito
tragam-me um homem que me queira em mim
que eu erga em hemisférios e espalhe e cante
um homem mundo onde me possa perder
e que dedo a dedo me tire as farpas dos olhos
atirando-me à ilusão de sermos duas
novíssimas nuvens em pé.
Cláudia R. Sampaio in Ver no Escuro, ed. Tinta da China, 2016, p. 39.
sábado, 3 de novembro de 2018
«O Que É Dito ao Poeta a Propósito das Flores»
Arthur Rimbaud. Obra Completa. Edição Bilingue. Tradução de Miguel Serras Pereira e João Moita., Relógio D'Água, Lisboa, 2018