J.Sousa Mendes. A Polémica entre Camilo e Alexandre da Conceição. in VÉRTICE Revista de Cultura e Arte, Março 1952, Vol. XII. 103., p. 90
domingo, 4 de fevereiro de 2018
«Antes de ser escrito, um romance tem de ser concebido e estudado em seus pormenores; e isso importa tanto, ou mais, para o que venha a significar quando concluído, como o processo literário que o romancista adoptou para o realizar.»
J.Sousa Mendes. A Polémica entre Camilo e Alexandre da Conceição. in VÉRTICE Revista de Cultura e Arte, Março 1952, Vol. XII. 103., p. 90
J.Sousa Mendes. A Polémica entre Camilo e Alexandre da Conceição. in VÉRTICE Revista de Cultura e Arte, Março 1952, Vol. XII. 103., p. 90
molosso
mo.los.so
muˈlosu
nome masculino
1.
grande cão de fila
2.
pé de verso, latino ou grego, de três sílabas longas
3.
figurado guarda-costas
4.
figurado valentão
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significados
«(...) com a república a ferir-lhe os miolos,»
J.Sousa Mendes. A Polémica entre Camilo e Alexandre da Conceição. in VÉRTICE Revista de Cultura e Arte, Março 1952, Vol. XII. 103., p. 91
«Apesar disso, Camilo teimava em ler-lhes os livros, semi-cerrando as pálpebras de míope, e sempre de nariz torcido à espera do que considerava tropeções de gramática; bastava a sobreposição de dois adjectivos à maneira de Eça para ele sentir que o estômago, habituado aos condimentos simples e muito à portuguesa de Bernardes e Vieiras, se lhe nauseava numa ânsia.»
J.Sousa Mendes. A Polémica entre Camilo e Alexandre da Conceição. in VÉRTICE Revista de Cultura e Arte, Março 1952, Vol. XII. 103., p. 90
J.Sousa Mendes. A Polémica entre Camilo e Alexandre da Conceição. in VÉRTICE Revista de Cultura e Arte, Março 1952, Vol. XII. 103., p. 90
Abastardar
verbo transitivo
1.
mudar para pior
2.
fazer degenerar
3.
adulterar; corromper
4.
falsificar
verbo pronominal
alterar-se; corromper-se; degenerar
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significados
''entender, primeiro; valorizar, depois; compreender, primeiro; julgar, depois''
Joel Serrão. Reflexões sobre a compreensão histórica do séc. XIX Português. in VÉRTICE Revista de Cultura e Arte, Março 1952, Vol. XII. 103., p. 88
''palavrinha anódina''
Joel Serrão. Reflexões sobre a compreensão histórica do séc. XIX Português. in VÉRTICE Revista de Cultura e Arte, Março 1952, Vol. XII. 103., p. 88
Significado de Compreender
«1) Alcançar com inteligência; conhecer a razão de; penetrar o sentido de alguma coisa, entender, perceber »
«(...), flores amarelas...mais flores amarelas...Desaparecera o salgueiro!
- Aqui havia um salgueiro.
- Não sei, disse com indiferença a mulher, - quando aqui entrei já não havia salgueiro nenhum. E ainda bem. É uma árvore triste. Eu, por mim, não gosto nada.»
Ilse Losa. Visita ao Passado in VÉRTICE Revista de Cultura e Arte, Março 1952, Vol. XII. 103., p. 80
- Aqui havia um salgueiro.
- Não sei, disse com indiferença a mulher, - quando aqui entrei já não havia salgueiro nenhum. E ainda bem. É uma árvore triste. Eu, por mim, não gosto nada.»
Ilse Losa. Visita ao Passado in VÉRTICE Revista de Cultura e Arte, Março 1952, Vol. XII. 103., p. 80
« - Livros! Era do que ele gostava. Mas da vida não sabia nada, mesmo nada. Eu governava-lhe a vida. Olha para os meus calos - ela virou as mãos e mostrou-me as palmas, duras e calosas. - Ler livros não faz calos...»
Ilse Losa. Visita ao Passado in VÉRTICE Revista de Cultura e Arte, Março 1952, Vol. XII. 103., p. 79
Ilse Losa. Visita ao Passado in VÉRTICE Revista de Cultura e Arte, Março 1952, Vol. XII. 103., p. 79
Conseguiste, alguma vez, ver o meu coração?
« - Trabalhavas muito...Perdeste três filhos. E não choravas.
- Não choravas! papagueou num tom cínico.
Depois dum momento de silêncio hostil, perguntou:
-Conseguiste, alguma vez, ver o meu coração?
Abanei a cabeça num gesto negativo.
-Então nada sabes de mim. Mas como podias saber? Eras uma criança...»
Ilse Losa. Visita ao Passado in VÉRTICE Revista de Cultura e Arte, Março 1952, Vol. XII. 103., p. 79
sábado, 3 de fevereiro de 2018
segunda-feira, 29 de janeiro de 2018
Pessoa recusava essencialmente o espírito partidário ou sectário na
literatura e na intelectualidade. “O papel da inteligência é estar au dessus de
la mêlée”,4
escreveu em 1934, repetindo uma frase de Romain Rolland em
1914. Outro texto seu era encimado por esta afirmação: “A função da inteligência
é renegar as paixões”,5
exactamente como Julien Benda defendera
em La trahison des clercs, de 1927, ser o dever dos intelectuais.
«Todo o artista que dá à sua arte um fim extra-artístico é um
infame. É, além disso, um degenerado no pior dos sentidos
que a palavra não tem. É, além disso e por isso, um anti-social.
A maneira de a arte ser social é ser anti-social. A maneira
de o artista colaborar utilmente na vida da sociedade
a que pertence é não colaborar nela. Assim lhe ordenou a
Natureza que fizesse, quando o criou artista e não político
ou comerciante. [...] Quanto mais instintivamente se fizer
essa divisão do trabalho social, mais perfeito será o funcionamento
da sociedade [...] É perfeitamente lógico que um
artista pregue a Decadência na sua arte, e, se for político,
pregue a Vida e Força na sua política. É, mesmo, assim que
deve ser. Não se admite que um artista escreva poemas patrióticos,
como não se admite que um político escreva artigos
antipatrióticos. »
Fernando Pessoa
domingo, 28 de janeiro de 2018
AS CIDADES PROCURAM-SE
As cidades procuram-se as cidades
Hão-de encontrar-se num tempo mais puro
Agora beijam-se através dum muro
Crivado de balas de obscenidades
De lágrimas de sangue de verdades
Escritas depressa e onde é mais escuro
E por enquanto do amor futuro
Conhecemos os gestos das cidades
Nas mãos que se levantam desesperadas
Nos olhos cansados de não ver
E nas bocas fechadas e amargas
Há outros gestos prontos a romper
Palavras em silêncio acumuladas
Cidades e cidades por nascer.
Fevereiro de 1952
Hão-de encontrar-se num tempo mais puro
Agora beijam-se através dum muro
Crivado de balas de obscenidades
De lágrimas de sangue de verdades
Escritas depressa e onde é mais escuro
E por enquanto do amor futuro
Conhecemos os gestos das cidades
Nas mãos que se levantam desesperadas
Nos olhos cansados de não ver
E nas bocas fechadas e amargas
Há outros gestos prontos a romper
Palavras em silêncio acumuladas
Cidades e cidades por nascer.
Fevereiro de 1952
Alexandre O' Neill
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HÁ PALAVRAS QUE NOS BEIJAM
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca
(...)
Alexandre O ' Neill
Como se tivessem boca
(...)
Alexandre O ' Neill
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«Às dores inventadas
Prefere as reais
Doem muito menos
Ou então muito mais »
Alexandre O' Neill
Prefere as reais
Doem muito menos
Ou então muito mais »
Alexandre O' Neill
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«Mas torna-se necessário, antes de mais nada, que o público conheça o que critica e que não exija, se me permitem uma metáfora impertinente que um quadro sirva para ensinar a ler ou para fazer andar os que não têm pernas. Um quadro é um reflexo do mundo, mas não reflecte o mundo como um espelho, pois esta é a função dos espelhos e não dos quadros.Um quadro age sobre o mundo, mas não como uma escola ou um exército, pois esta é a função das escolas e dos exércitos - e não a dos quadros.»
''são a verdades mais evidentes que geralmente esquecemos''
Mário Dionísio in VÉRTICE Revista de Cultura e Arte, Março 1952, Vol. XII. 103
«Na realidade, um público inculto e indiferente acabará , cedo ou tarde, por levar muitos e muitos artistas a criar uma arte superficial e medíocre; um público atento, culto e exigente acabará por provocar o aparecimento de uma arte séria, profunda, ousada e eficiente, uma arte à altura dele. Mas evitemos cuidadosamente um público exigente que seja, ao mesmo tempo, inculto e superficial.»
Mário Dionísio in VÉRTICE Revista de Cultura e Arte, Março 1952, Vol. XII. 103
«Vivendo entre trabalhadores, vi claramente que o produto do trabalho é função da qualidade do chefe tanto quanto do esforço dos homens. (...) Quando a guerra me arrancou à fábrica, reencontrei nos exércitos o mesmo problema. (...) Um milhão de homens mal comandados era apenas uma multidão ineficaz; se um verdadeiro chefe a tomava nas mãos, esta multidão torna-se temível.»
André Maurois
terça-feira, 23 de janeiro de 2018
domingo, 21 de janeiro de 2018
País progressivo
«(...) só o será se a grande massa da população possuir uma cultura eficiente, estiver apetrechada para compreender e usar os meios próprios da transformação da sociedade.»
VÉRTICE. Revista de Cultura e Arte, Fevereiro de 1946, Fascículo 5., p. 2
VÉRTICE. Revista de Cultura e Arte, Fevereiro de 1946, Fascículo 5., p. 2
GITANJALI
(FRAGMENTO)
Lá onde o espírito nada teme e se vive de cabeça erguida;
Lá onde o conhecimento é livre;
Lá onde o mundo não foi dividido por estreitas paredes
intermédias;
Lá onde as palavras emanam da profunda sinceridade;
Lá onde o esforço infatigável estende os braços para a
perfeição;
Lá onde a clara corrente da razão não morre no árido
e morno deserto do costume;
Lá onde o espírito por ti guiado avança no alarga-
mento contínuo do pensamento e da acção;
Nesse paraíso de liberdade, meu pai, permite que a minha
pátria se levante.
Rabindranath Tagore
Lá onde o espírito nada teme e se vive de cabeça erguida;
Lá onde o conhecimento é livre;
Lá onde o mundo não foi dividido por estreitas paredes
intermédias;
Lá onde as palavras emanam da profunda sinceridade;
Lá onde o esforço infatigável estende os braços para a
perfeição;
Lá onde a clara corrente da razão não morre no árido
e morno deserto do costume;
Lá onde o espírito por ti guiado avança no alarga-
mento contínuo do pensamento e da acção;
Nesse paraíso de liberdade, meu pai, permite que a minha
pátria se levante.
Rabindranath Tagore
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rabindranath tagore
''Não há nada que faça mais sucesso do que o próprio sucesso.''
Cientista político Jan-Werner Müller
nativismo
na.ti.vis.mo
nɐtiˈviʒmu
nome masculino
1.
FILOSOFIA teoria que afirma a existência nos seres humanos de noções ouestruturas mentais congénitas, anteriores à experiência; inatismo
2.
valorização excessiva do que é nacional, acompanhada de aversão ao queé estrangeiro
3.
proteção e valorização de uma cultura nativa como forma de resistência àaculturação
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infopédia,
língua portuguesa,
significados
Anticipations of the Reaction of Mechanical and Scientific Progress upon Human Life and Thought, 1901
Herbert George Wells (1866-1946)
«Revisitar e refletir sobre o que outros escreveram acerca do futuro que é hoje o nosso presente permite-nos avaliar a capacidade humana de prever e revela os contornos mais profundos da condição humana.»
sábado, 20 de janeiro de 2018
«Há coisas que, definitivamente, passaram de moda. Mas também é verdade que ainda não temos o hábito de discutir ideias sem agredir os respectivos autores ou expositores; de vencermos as nossas pequeninas vaidades onde elas não contam e, em vez delas, cultivarmos o amor da objectividade na busca da verdade. Coisas difíceis, todas elas, a quem torna públicos os seus ataques de fígado em vez de, pelo contrário, com muito mais senso, procurar discretamente o conselho de um bom médico. Que essas coisas de vómitos andam, muitas vezes, ao que oiço dizer, ligadas a perturbações do órgão hepático. Mas não desejando meter foice em seara alheia,
Creia, Sr. Director, na consideração do
Joel Serrão.»
Creia, Sr. Director, na consideração do
Joel Serrão.»
«O mais ingrato estudo em sociologia é o crime.»
A criminalidade feminina por Luís de Carvalho e Oliveira
«Este é o grito da sirene dos carros da polícia. Deu-se um crime em Sunset Boulevard eram 4 horas da madrugada. O ruído de uma descarga de tiros, despertou a multidão. Este é o meu corpo boiando à tona de água. Estou morto. São agora 9 horas da manhã. A imprensa vai especular, contar histórias diferentes. Por isso, vou eu narrar os factos, tal como ocorreram.»
Billy Wilder
Billy Wilder
«(...) a ambição do dinheiro como mola impulsionadora do drama;»
Billy Wilder, sua obra e sua importância no cinema ''Negro'' por Mário Bonito
Definição de «filme negro»
« diremos que, de modo geral, se caracteriza por: realismo de ambiência; personagens tentados ao suicídio e ao isolamento, em resultado da impotência ou da indiferença; e exposição da narrativa em termos mais ou menos pessimistas e violentos.»
Billy Wilder, sua obra e sua importância no cinema ''Negro'' por Mário Bonito
Billy Wilder, sua obra e sua importância no cinema ''Negro'' por Mário Bonito
'' chumbei-lhe uma perna e uma asa.''
A Morte do Gaio. Contarelos De um livro para jovens, longamente à espera de Editor, por Irene Lisboa
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