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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

«É preciso arrancar as árvores,
impedir que a noite suba,
descalça, pelos seus ramos.
(...)»

Albano Martins

terça-feira, 27 de maio de 2014

PAISAGEM
                         Uma
                          rede
                          verde
                          escreve
                          a sede.



Albano Martins. Assim são as Algas. Poesia 1950-2000. Campo das Letras, Porto., p. 124

domingo, 25 de maio de 2014

ALEGORIA SEGUNDA

De poetas e filósofos tu sabes,
sabes também por ti. Por isso eu digo:
esta pedra é vermelha, esta pedra é sangue.
Toca-lhe: saberás
como em segredo florescem as acácias
ao redor dos muros, como fluem
suas concêntricas artérias. Acaricia-as: tocas
a parte mais sensível de ti mesmo.

Dizias ontem que o verão ardia
nesta pedra. Nela
queimavas tuas mãos. Onde
as aqueces hoje? Eu digo:
o verão não morreu, esta pedra é o verão.

E tudo permanece. E tudo é teu.
Tu és o sangue, o verão e a pedra.


Albano Martins. Assim são as Algas. Poesia 1950-2000. Campo das Letras, Porto., p. 90
«a distraída
erosão dos lábios.»


Albano Martins. Assim são as Algas. Poesia 1950-2000. Campo das Letras, Porto., p. 86
«Escrevo contra o vento,
frente ao mar.»


Albano Martins. Assim são as Algas. Poesia 1950-2000. Campo das Letras, Porto., p. 63
«É preciso, amor,
dar um nome a este instante.»



Albano Martins. Assim são as Algas. Poesia 1950-2000. Campo das Letras, Porto., p. 57
«e adormecemos, hirtos, de costas para o
        mar.»


Albano Martins. Assim são as Algas. Poesia 1950-2000. Campo das Letras, Porto., p. 51

Évora, 8 de Setembro de 1967

Ao Manuel Patrício

Os mortos
comem flores
e granadas
e lágrimas
e beijos
que os devoram.
Enxutos,
os olhos
dos mortos
choram.


Albano Martins. Assim são as Algas. Poesia 1950-2000. Campo das Letras, Porto., p. 48-49

quinta-feira, 22 de maio de 2014

«(...)

Desviei os meus olhos para ti:
ao longo do teu corpo morriam as estrelas.
A noite partira. E, lentamente,
o sol rompeu no céu da tua boca.»


Albano Martins. Assim são as Algas. Poesia 1950-2000. Campo das Letras, Porto., p. 30

*


Há em teus olhos, dados ao momento,
uma tristeza de água reprimida,
que é como o pressentimento
duma próxima despedida.

Tristeza que faz lembrar
dias perdidos de outono
com luz pálida a incidir
nas folhas, mortas de sono.

Deixa que a esperança os molhe,
os inunde de alegria.
Cada noite passa e colhe
o gosto de um novo dia.


Albano Martins. Assim são as Algas. Poesia 1950-2000. Campo das Letras, Porto., p. 21
«Só terás remorso
do que possas fazer e o não fizeres.»

Albano Martins. Assim são as Algas. Poesia 1950-2000. Campo das Letras, Porto., p. 20
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