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quinta-feira, 26 de janeiro de 2017



“All that we see or seem is but a dream within a dream.”

Edgar Allan Poe

segunda-feira, 24 de março de 2014

domingo, 4 de março de 2012

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

The death, then, of a beautiful woman
is, unquestionably, the most poetic topic
    in the world - and equally is the beyond
    doubt that lips best suited for such
topic are those of a bereaved lover.


Edgar Allan Poe in ''The Philosophy of Composition'' - 1846 - regarding the creation of The Raven

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

The Sleeper

At midnight, in the month of June,
I stand beneath the mystic moon.
An opiate vapor, dewy, dim,
Exhales from out her golden rim,
And softly dripping, drop by drop,
Upon the quiet mountain top,
Steals drowsily and musically
Into the universal valley.
The rosemary nods upon the grave;
The lily lolls upon the wave;
Wrapping the fog about its breast,
The ruin moulders into rest;
Looking like Lethe, see! the lake
A conscious slumber seems to take,
And would not, for the world, awake.
All Beauty sleeps!—and lo! where lies
Irene, with her Destinies!

Oh, lady bright! can it be right—
This window open to the night?
The wanton airs, from the tree-top,
Laughingly through the lattice drop—
The bodiless airs, a wizard rout,
Flit through thy chamber in and out,
And wave the curtain canopy
So fitfully—so fearfully—
Above the closed and fringéd lid
’Neath which thy slumb’ring soul lies hid,
That, o’er the floor and down the wall,
Like ghosts the shadows rise and fall!
Oh, lady dear, hast thou no fear?
Why and what art thou dreaming here?
Sure thou art come o’er far-off seas,
A wonder to these garden trees!
Strange is thy pallor! strange thy dress!
Strange, above all, thy length of tress,
And this all solemn silentness!

The lady sleeps! Oh, may her sleep,
Which is enduring, so be deep!
Heaven have her in its sacred keep!
This chamber changed for one more holy,
This bed for one more melancholy,
I pray to God that she may lie
Forever with unopened eye,
While the pale sheeted ghosts go by!

My love, she sleeps! Oh, may her sleep,
As it is lasting, so be deep!
Soft may the worms about her creep!
Far in the forest, dim and old,
For her may some tall vault unfold—
Some vault that oft hath flung its black
And wingéd pannels fluttering back,
Triumphant, o’er the crested palls
Of her grand family funerals—

Some sepulchre, remote, alone,
Against whose portals she hath thrown,
In childhood, many an idle stone—
Some tomb from out whose sounding door
She ne’er shall force an echo more,
Thrilling to think, poor child of sin!
It was the dead who groaned within.


The Complete Poems and Stories of Edgar Allan Poe (1946)

Annabel Lee

It was many and many a year ago,
In a kingdom by the sea,
That a maiden there lived whom you may know
By the name of Annabel Lee;
And this maiden she lived with no other thought
Than to love and be loved by me.


I was a child and she was a child,
In this kingdom by the sea,
But we loved with a love that was more than love—
I and my Annabel Lee—
With a love that the wingèd seraphs of Heaven
Coveted her and me.


And this was the reason that, long ago,
In this kingdom by the sea,
A wind blew out of a cloud, chilling
My beautiful Annabel Lee;
So that her highborn kinsmen came
And bore her away from me,
To shut her up in a sepulchre
In this kingdom by the sea.


The angels, not half so happy in Heaven,
Went envying her and me—
Yes!—that was the reason (as all men know,
In this kingdom by the sea)
That the wind came out of the cloud by night,
Chilling and killing my Annabel Lee.


But our love it was stronger by far than the love
Of those who were older than we—
Of many far wiser than we—
And neither the angels in Heaven above
Nor the demons down under the sea
Can ever dissever my soul from the soul
Of the beautiful Annabel Lee;


For the moon never beams, without bringing me dreams
Of the beautiful Annabel Lee;
And the stars never rise, but I feel the bright eyes
Of the beautiful Annabel Lee;
And so, all the night-tide, I lie down by the side
Of my darling—my darling—my life and my bride,
In her sepulchre there by the sea—
In her tomb by the sounding sea.


Edgar Allan Poe

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O Demónio da Perversidade

«Hoje envergo estas correntes e estou aqui. Amanhã estarei desagrilhoado - mas onde


Edgar Allan Poe. Obra Poética Completa. Trad. Introdução e notas de Margarida Vale de Gato. Ilustrações de Filipe Abranches. Tinta da China, Lisboa, 1ª ed. 2009., p. 26

segunda-feira, 12 de julho de 2010

«(...) Poe consagrará, não obstante, a imaginação como única indutora do entusiasmo da alma, via para atingir aquilo que designou como «Beleza superna», distinguindo-se do entusiasmo do coração, induzido pelas paixões terrenas e sensuais, já que « o Céu não traz consolação/ Àqueles que ouvem só o eco ao coração» («Al Aaraaf»). Como se sugeriu, o coração percebe já uma realidade adulterada. Mas parece ser, por uma qualquer fatal necessidade, um órgão sobredesenvolvido no poeta ao ponto de ameaçar a sua perdição. Sem a hipersensibilidade emocional, porém, talvez ao poeta não fosse dada a urgência de se salvar pelo esforço de alcançar a beleza «do que outros mundos conterão» (cf. poema «Estrofes»). Daí o coração-lira, tenso e vibrátil, percorrendo a obra de Poe, presente até nas «fibras de alaúde» de um anjo habitado lá no «alto firmamento» («Israfel»), e culminado na visão cosmogónica de universos ciclicamente dilatados e contraídos « a cada pulsação do coração divino» em Eureka, o «poema-ensaio» que o autor escreveria no fim da vida (1848).
Introdução da Tradutora Margarida Vale de Gato


Edgar Allan Poe. Obra Poética Completa. Trad. Introdução e notas de Margarida Vale de Gato. Ilustrações de Filipe Abranches. Tinta da China, Lisboa, 1ª ed. 2009., p. 15/6
«(...) A obstinação com que este órfão, por várias vezes privado de figuras maternas substitutas, se desliga do princípio de realidade tem sem dúvida algo de juvenil, sobretudo na formulação dos seus primeiros poemas: «Eu não fui, desde infância/ Como outros eram...» («[Só]»).
Introdução da Tradutora Margarida Vale de Gato




Edgar Allan Poe. Obra Poética Completa. Trad. Introdução e notas de Margarida Vale de Gato. Ilustrações de Filipe Abranches. Tinta da China, Lisboa, 1ª ed. 2009., p. 13/4
«Poe tem do mundo a visão de um homem com os sentidos perturbados, em ebulição. O mundo é para ele como o espaço para o comedor de ópio. Para o escravo do ópio, o mundo surge ampliado, expande-se para além do ilimitável, acrescentando-se-lhe uma extensão interior, ou uma espécie de alma. Há uma sensação de superabundância no êxtase. E uma dor... Assim, para os olhos de Poe, o louco, o mundo é dilatado, horrível. A sua vida é a de um sonhador.»
Fernando Pessoa


Edgar Allan Poe. Obra Poética Completa. Trad. Introdução e notas de Margarida Vale de Gato. Ilustrações de Filipe Abranches. Tinta da China, Lisboa, 1ª ed. 2009.
Para mim a poesia não foi nunca uma intenção, mas uma paixão; e as paixões merecem ser tratadas com respeito; não devem - não podem - ser excitadas a nosso bel-prazer com vista às compensações triviais, e às honrarias mais triviais ainda, da humanidade.


Edgar Allan Poe. Obra Poética Completa. Trad. Introdução e notas de Margarida Vale de Gato. Ilustrações de Filipe Abranches. Tinta da China, Lisboa, 1ª ed. 2009.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Israfel

Israfel (Edgar Poe)

In Heaven a spirit doth dwell
"Whose heart-strings are a lute;"
None sing so wildly well
As the angel Israfel,
And the giddy stars (so legends tell)
Ceasing their hymns, attend the spell
Of his voice, all mute. [...]




Israfel (Mallarmé)

Dans le ciel habite un esprit "dont les
fibres du coeur font un luth". Nul ne chante
si étrangement bien – que l'ange Israfel, et
les étoiles irrésolues (au dire des légendes)
cessant leurs hymnes, se prennent au
charme de sa voix, muettes toutes.
[...]




Israfel (Artaud)

Au ciel il est un coeur dont les cordes son l'âme d'un luth
comme un esprit de flamme, lá où l'âme ne monte plus.
Pas de chant plus sauvage au fond de l'absolu
que celui de ce luth en rafale d'élus
qui est la corde émue du coeur d'Israfel Ange
et chaque pulsation de cet oracle étrange
est comme un Sinaï où l'Amour Infini
a mis sa main de flamme au bord du Paradis.
Les astres enivrés comme le veut l'adage
rendant leurs chants muets sur l'ordre du Très-Sage
assistent ébahis
aux magiques scansion du dictame inouï
que le Barde d'en Haut épèle avec Sa Vie. [...]




Israfel (Herberto Helder)

No céu vive um coração de que as fibras são as cordas
de um alaúde
como a alma de uma labareda, no céu mais alto.
Não há tão selvagem canto no fundo do absoluto como
o canto deste alaúde em voragem
angélica, que é a corda vibrante do coração do Anjo
Israfel. E cada pulsação deste
obscuro oráculo
é um Sinai, onde o infindo amor pôs a mão em chamas, na
orla do Paraíso.
E diz a lenda que os astros bêbados emudecem,
e assistem atónitos
à inaudita ascensão daquela música
inaudita,
que o mágico bardo do alto soletra enquanto soletra a
sua vida,
cantando. [...]





«Não é difícil notarmos que a versão de Mallarmé está muito próxima do original de Poe, preservando todo o encadeamento dos versos e até mesmo o pequeno "aparte" entre parênteses, com pequenas mudanças, obviamente. Entretanto, a principal delas diz respeito à forma, já que os versos não aparecem quebrados, e sim com a estrutura de frases. A versão de Artaud, por sua vez, introduzirá uma série de imagens e temas que não fazem parte do original, tais como o sexto, o sétimo e o oitavo versos, que não encontram nenhuma correspondência com o poema de Poe, assim como os três últimos. Essas imagens – "obscuro oráculo", "Sinaï", "amor infindo", "Paraíso", – comparecerão no poema de Helder, confirmando a hipótese de que a sua tradução é realizada a partir do texto de Artaud. Entretanto, talvez essas alterações não sejam as principais mudanças sofridas pelo poema, embora sejam as mais evidentes.
É no primeiro verso que constatamos uma alteração ainda mais significativa: no poema de Poe há um espírito que vive no céu e cujas fibras do coração são um alaúde. Artaud, ao fazer a sua versão, descreve um coração que vive no céu, cujas cordas são a alma de um alaúde. Note-se aqui a bissemia da palavra alma, presente tanto na língua francesa como na portuguesa, que por um lado tem o significado de espírito, presente no original de Poe, e, por outro, o de um pequeno cilindro de madeira colocado entre o tampo e o fundo dos instrumentos de corda. Nessa segunda acepção, a palavra alma estaria afastada de seu aspecto transcendente para adquirir uma tonalidade mais material. Herberto Helder, ao fazer a sua versão, recupera nitidamente a inversão de Artaud, já que continua sendo um coração que vive no céu, e não mais um espírito, como no original, inversão que nos faz pensar na importância que os dois poetas concederam ao corpo e aos processos vitais; entretanto, a palavra alma, introduzida por Artaud no primeiro verso, desaparece para ser recuperada apenas no verso seguinte, mantendo a comparação do coração que vive no céu com a "alma de uma labareda", que em Artaud é "un sprit de flamme".»




Izabela Guimarães Guerra Leal. Doze nós num poema: Herberto Helder e as vozes comunicantes.Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2008., pp.117/8

domingo, 7 de março de 2010

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