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sexta-feira, 1 de abril de 2011

'Estamos sempre a envelhecer'

questiúncula

(a) - questão fútil
(a') - discussão sem importância

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Privados de luz, os homens caminham,
fortificados na sua própria sede

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011



coroada morte à qual serei levada pelo voo

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

       Houve noites, em que nada disseste a ninguém, nem a ti própria. Ficaste entregue ao parapeito da janela, fixando o movimento das nuvens na madrugada. Escorriam enlutadas chamas de ti, do teu peito, e, olhavas certa a saudade. Olhavas e choravas, com a ingenuidade de uma criança.
      Não poderás esquecer (e, sempre lembrar?) o quarto de paredes frias e baças. Estavas só. Entregue à morte do teu sangue dentro ainda de um outro. E, desde então, foi como se houvesse vida numa morte. Um tronco algo queimado, onde pequenas folhas crescem com alguma timidez pelo dorso resistente. O sal que queima nos lábios, dá-te ânimo - já estiveste tão longe; não chegaste ao fim da viagem, porque as viagens não têm fim, mas são sempre os re(começados) caminhos que esperam pela luta e pelo cansaço.
        
          Pisaste (pisas?) um caminho doloroso, mas que escolheste (escolhes?). Tornaste-te mais tu própria e embora o céu te faça falta, a tua vida segue longe daquele que te cá deixou, entregue aos teus anseios e agonias.E se há dias em que o teu rosto mergulha na profundidade das mãos, sem ninguém entender razões, é porque, por alguma razão, ninguém te espera.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

No pinhal

No pinhal, uma criança corre a tirar a caruma dos púcaros de resina, mergulhando os dedos (e, depois as formigas) nas baças sombras da água.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A metamorfose

Entende-se no enredo kafkiano, a metamorfose, não como uma transformação de ordem física ou metáfora de estados do ser, mas, sim, como uma representação de uma situação limite que coloca o corpo social sujeito à desumanização, aniquilamento, um desaparecimento bárbaro, que também no limite, retrata a família numa face trágica e desoladora. 

A necessidade de um quarto.

Nas suas cartas a Felice, Kafka, falava da sua absoluta necessidade do silêncio para o exercício da escrita; o de fechar-se no seu quarto, pela altas horas da madrugada, quando já não se ouvem numa casa habitada por pessoas, os barulhos monótomos e comuns, sendo que, à medida que a noite avança eles diminuem até se apagarem totalmente no silêncio.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

No artigo “Poetry, Fiction and the Future” publicado em 1927, Virginia Woolf ao especular sobre o que será a literatura do futuro, questiona-se a propósito da definição do género literário. Diz que caminhamos em direcção à prosa e que esta será usada para objectivos nunca visados até aí. E continua:

«That cannibal, the novel, which has devoured so many forms of art will
by then have devoured even more. We shall be forced to invent new
names for the different books which masquerade under this one heading.
And it is possible that there will be among the so-called novels one which
we shall scarcely know how to christen. It will be written in prose, but in
prose which has many of the characteristics of poetry. It will have
something of the exaltation of poetry, but much of the ordinariness of
prose. It will be dramatic, and yet not a play. It will be read, not acted. By
what name we are to call it is not a matter of very great importance. What
is important is that this book which we see on the horizon may serve to
express some of those feelings which seem at the moment to be balked
by poetry pure and simple and to find the drama equally inhospitable to
them.»


Virginia Woolf
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