sexta-feira, 26 de abril de 2019

Álvaro Cunhal treplicou, negando que lhe tivesse escapado o alcance de As Encruzilhadas de Deus: "Eu quero esclarecer que falo neste momento da poesia de José Régio — sobretudo de As Encruzilhadas de Deus — porque ela canta com um realismo impressionante a tortura do desalento, da fuga, da indecisão, canto esse comum a muitos outros poetas e poetazinhos portugueses que não foram fadados para a poesia [...]. Mas nenhum como José Régio conseguiu exprimir com tão grande beleza, vibração e angústia, a situação do homem que se afastou das multidões anónimas, do homem a quem faltam forças para romper o isolamento, do homem a quem a vida chama ainda e que não vê outra maneira de dela se aproximar, fora a expressibilidade do seu eu"

Álvaro Cunhal, "Ainda na encruzilhada", Seara Nova, n° 626,12-8-1939, pp. 151-154.

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