domingo, 3 de dezembro de 2017

«Robert Walser sabia: escrever que não se pode escrever também escrever. Entre os muitos empregos subalternos que teve-balconista de livraria, secretário de advogado, bancário, operário em uma fábrica de máquinas de costura e, finalmente, mordomo em um castelo da Silésia —, Robert Walser se retirava de vez em quando em Zurique, para a Câmara de Escrita para Desocupados (o nome não pode ser mais walseriano, mas é autêntico) e aí sentado em uma velha banqueta, ao entardecer, à pálida luz de um lampião de querosene, servia-se de sua graciosa caligrafia para trabalhar como copista, para trabalhar como “bartebly”.»

VILA-MATAS, Enrique: Bartleby & Companhia: São Paulo: Cosac & Naify, 2004., pp. 11/2.

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