sábado, 31 de janeiro de 2015



«- Eu não estou louco - ainda não, embora tal venha a acontecer-me em breve. Com certeza que me recordo. Continue a olhar-me, pois tenho medo que as minhas palavras se percam. Continue a olhar-me nos olhos e não me interrompa.
      Inclinei-me para a frente e fixei-o em pleno rosto o mais insistentemente que me era possível. Deixou cair uma das mãos sobre a mesa e eu segurei-a pelo pulso. Estava enrugada como uma pata de pássaro e mostrava nas costas uma cicatriz de contornos retalhados, muito vermelha e com o feitio de um ás de ouros.»

Rudyard Kipling. O homem que quis ser Rei. Colecção Contemporâneos de Sempre. Edições Vega. 1993., p. 38
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