domingo, 11 de dezembro de 2011

«Porque será que os espíritos que já não admitem quaisquer valores persistem em levantar, pelo seu lado, exigências? Alimentam-se do facto de um dia terem existido deuses, pais, poetas. A existência das palavras dilui-se em títulos ocos.
    Há no reino animal parasitas que pela calada desenterram uma lagarta. Por fim, apenas se esgueira para fora do ovo uma vespa, no lugar da borboleta. Assim manuseiam eles a herança, e sobretudo a língua, falsários de moedas como são; é por isso que prefiro casbah, mesmo atrás do balcão do bar.»



Ernst Jünger. Eumeswil. Tradução de Sara Seruka com a colaboração de João Barrento para a Tradução dos Poemas. Editora Ulisseia., p. 60/1

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