segunda-feira, 20 de junho de 2011


     Estou velha, cansada, sem retorno. A morte, por certo, chegar-me-á tarde. Mas, é bem verdade, como dizes, estrela eterna: «E, comecei a morrer muito antes de ter vivido.».
     Dou por mim, com uma dor que dói em toda a parte, em todo o corpo, sem dela conseguir arrancar lágrimas. Pairas sobre o meu sangue como uma sombra, uma sombra que concede aos lábios um amargo reprimir. Insónias, noite após noite, cavando, bem fundo, um vazio temerário. Guia-me, somente, o peso duma mão sobre o ombro e, nela, sei que tenho que suportar o continuar do caminho. Ardem-te tão duramente os olhos e, o fogo parece extinguir-se, a pouco e pouco, num pálido sopro, na vela...

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