quinta-feira, 31 de março de 2011

Som do cavalo

Na vila implanto o som,
o sibilino trote segue os silvos
no ocaso. Vê-se o amor eclode
em casas onde emergem
os fumos
que o outono exuma.

Os alimentos fervem
o seu escasso paladar sobre os feixes.
E são excessivos os óleos e os panos
de envolver os mortos deste dia. O ocaso
que é na vila, e nós
a percorrer no som que a percorria
o amor, tersos lajedos
onde o cavalo freme, os fumos
se degradam,
e lhe desfaz o homem o freio tenso
e ali recolhe
o seu repouso o medo.




Fiama Hasse Pais Brandão. Obra Breve. Editorial Teorema, Lisboa, 1991, p. 82

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