segunda-feira, 15 de novembro de 2010

«Inexpressa e não-liberta me ficou a minha mais alta esperança! E morreram-me todas as visões e consolações da minha juventude!
Como pude eu suportar isto? Como superei e venci tais feridas? Como foi que a minha alma ressurgiu destes túmulos?
Sim, há em mim algo de invulnerável, de insusceptível de inumação, capaz de rebentar fragas; é a minha Vontade. Em silêncio e imutável ela avança através dos anos.
Quer seguir o seu caminho pelos meus pés, a minha velha Vontade; o seu ânimo é duro de coração e invulnerável.
Invulnerável só eu sou no calcanhar. Continuas a viver e a ser igual a ti mesma, ó pacientíssima  Vontade!
Continuas a irromper de todas as sepulturas!»



F. Nietzche. Poemas. Antologia, Versão Portuguesa, Prefácio e Notas de Paulo Quintela. 2ª Edição Revista. Centelha, Coimbra, 1981,p. 245

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