quinta-feira, 18 de novembro de 2010

(...)

Como pude perder essa precisa
Ordem de humildes e queridas coisas,
Inacessíveis hoje como as rosas
Que deu ao primeiro Adão o Paraíso?

O antigo espanto da elegia
Me aflige quando penso nessa casa
E não compreendo como o tempo passa
Eu, que sou tempo e sangue e agonia.


Jorge Luís Borges. O fazedor. Trad. de Miguel Tamen. Difel, Lisboa., p.116/7

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