segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Casa

Tinha perdido o corpo numa água quase quente; tentava encontrá-lo e
dirigi-lo para a passagem. Com a cabeça abria o sono devagar como se nas-
cesse.
Fugia de uma casa vizinha da morte.
Não sei exactamente o que morria ou morreria nessa casa, sob a lâmpada
pálida.


Gastão Cruz, in Órgão de Luzes (poesia reunida), Biblioteca de Autores Portugueses, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, Lisboa, 1990.

2 comentários:

  1. É poesia a prosa que desliza nas palavras deste poema. Luzes que se acendem de noite.
    Obrigado pelas escolhas e partilhas durante o presente ano e a continuidade que espero para o próximo.
    Excelente 2010 com muita poesia.

    Abraço

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  2. ahahhahah,

    ainda bem que refere na 'continuidade', porque 'eu' não sou muito contínua.

    Mas desta feita, este espaço é para manter intacto, e com ele prosseguir.

    Desejo-lhe um começo e também um ano, cheio do que 'cultivar'. Claro um pouco sorte e saúde, não fazem mal a ninguém.


    2010 com muita poesia, mas sobretudo com muitas vivências: são elas que nos (trans)formam.

    UM abraço.

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